terça-feira, 9 de dezembro de 2008

De mim

Reconheço-te os olhos em fenda,
Zombas do meu peito, ferido em cisalhas
Ele já não bate, é morto
e foi outro
que o jogou fora, com uma carta de amor.

Vens, que eu te guardei as sobras,
o copo vazio, a carapaça.
Vens e brindas comigo, do líquido ímpio,
que me arde da garganta às veias
e me toma o corpo,
no vazio do peito.

Embriago-me, à tua chegada
Sei que vens preparada,
às noites que se seguirão.
Vens, e toma-me em teus braços
Abocanha-me os vasos,
e não me deixa acordar.

...O copo vazio, a carapaça...

Karol :((